quarta-feira, março 30, 2011

Caminho para a Eternidade - Parte III



Meg arregalhou os olhos verdes, e deu um passo pra trás, sentiu a mão dele afrouxar sua cintura, permitindo o afastamento. As mãos de Nicolas pousaram-se uma de cada lado, nos ombros da jovem, como se tentasse acalma-la, seu pai sempre fora o mais carinhoso com ela, desde a infancia, sempre a mimou, cuidou e a tratou como uma princesa... Meg fechou olhos e sussurrou pra si, perdida em devaneios...
- ... Ou uma Rainha?
- Não me respondeu, Meg. Não esta satisfeita comigo?
O Rei voltou a repetir, ficando ereto na cadeira enquanto jogava a cabeça para trás, fitando-a com seriedade.
- Pai... Ele é meu par?
Meg queria uma resposta, agora, mais rapida e franca possivel.
Sentiu as mãos de seu pai apertarem seus ombros, não para machuca-la, mas como se desejasse passar segurança para ela.
- Sim, Filha. Ele é seu par.
O rei deu um sorisso malicioso para ela assim que as palavras de Nicolas ressoaram no ambiente. Meg se viu caindo num abismo, estava tão confusa e com tanto medo que simplesmente não queria acreditar nas palavras de seu pai. Não podia ser... O que um Rei como Victor desejava tendo uma garota como ela...? E pior, como Rainha. Sempre ouviu falar que o Rei nunca se mostrou interessado em ter uma esposa, e sentia orgulho ao dizer que gostava de suas orgias diarias.
- Por que não se senta, Meg?
Ouviu a voz de sua mãe, e a fitou, observando-a puxar a cadeira do lado do Rei para que ela se aproximasse. Não mostrou resistência, sentia que iria desmaiar se continuasse em pé, assim que sentou abaixou a cabeça e esperou pelas respostas. Enquanto ouvia o som de seu pai e sua mãe se acomodando juntamente proximo a mesa de jantar. Após alguns minutos de completo silêncio, o pai, como era esperado, foi o primeiro a falar, calmamente:
- Meg, como sabe, o reinado de um Rei Vampiro dura, do dia da morte do Rei-pai até a morte do Rei-filho. A Majestade nós procurou a alguns meses atrás, ele já reina a cinquenta anos, e como eu tive a grande honra de ser um dos melhores amigos do Rei-Pai de Vossa majestade, Heitor. Victor me pediu sua mão em casamento... O conselho não acha prudente em momentos tão dificeis para nossa raça, um reino ficar sem herdeiro.
Meg levantou o rosto, encarando fixamente seu pai:
- O que quer dizer com herdeiro?
O clima do ambiente piorou, e como se percebesse isso, o rei se ajeitou na cadeira que parecia pequena demais para todo seu tamanho colossal.
- Herdeiro quer dizer que temos que ter um filho, futura “esposinha”.
Victor falou, de maneira ironica, enquanto continuava com a cabeça inclinada para trás, fitando o teto.
Meg virou o rosto, e o desprezou, nunca permitiria que ele a tocasse, nunca! Ele podia mandar cortar sua cabeça se quisesse, mas Victor jamais tocaria em si.
- Bem, Majestade, imagino que com uma rapidez impressionante conseguiria um herdeiro sem muito esforço.
O pai tossiu falsamente, como se tentasse calar ou disfarçar o que Meg respondera ao Rei. Porém, o mesmo nada fez, apenas parou de fitar o teto e encarou a jovem com curiosidade, enquanto respondia, colocando ambas mãos em cima da mesa.
- De fato, Senhorita Winchester. Mas fazer um filho com uma empregada é uma coisa, ele seria um bastardo, mesmo eu não sendo casado, jamais colocaria uma qualquer ao meu lado, na posição de Rainha. Pelo que soube pelo conselho, sua familia é de alto nivel e extremamente respeitada entre nossa sociedade.
- Então devo crer, Majestade, que já tens um filho com outra?
A conversa era rispida, e tinha um ar ofensivo, Meg sabia que no fundo, tratar o Rei assim era um absurdo, e que seus pais a matariam assim que aquele brutamontes saisse de casa, porém, sua raiva falava mais alto naquele momento, e a evitava de pensar como deveria.
- És ousada para uma garota de dezenove anos, Meg.
- E tú és ousado para um Rei de seiscenta e oito anos, Majestade.
A mãe se opõs, levantando-se da cadeira e se aproximando de Meg enquanto dizia, com certa preocupação no timbre agudo:
- Peço que perdoe nossa filha, creio que seja informações demais para a cabeça infantil dela, Majestade.
Meg encarou os olhos da mãe, que praticamente brilhava na cor vermelho sangue, perdendo todo aquele belo olhar castanho claro que ela tinha em si, para um vampiro, olhos vermelhos-sangue significava duas coisas, fome ou raiva. Ou ambas. O Rei se levantou, e Meg se sentiu minuscula perto dele, qual poderia ser sua altura? Dois Metros? Talvez um pouco menos... E a jovem o acompanhou, como era de custume, levantando-se em seguida ao rei.
- Não se preocupe, Helena. Eu compreendo o que se passa na cabeça infantil de sua filha. Amanhã, se eu puder, irei vê-la para decidirmos os detalhes do casamento.
- Sim, como desejar vossa Majestade.
Imediatamente e como se tivessem ensaiado, Helena e Nicolas se curvaram sicronizadamente perante o rei, numa reverencia exagerada. Enquanto Meg apenas se curvou lentamente, fixando o olhar no dele. Observou Victor sorrir com superioridade enquanto sua imagem se desfazia no ar, após alguns segundos, desaparecendo completamente.
- Você é alguma louca?
Ouviu a mãe gritar alto, a encarando de frente.
- É pretendente do Rei dos Vampiros, e o trata como um qualquer?
Helena prossiguiu, furiosa.
- Mãe... Eu...
- Cale-se!
Meg engoliu, e bufou chateada, segurando-se o maximo que podia para não cometer uma loucura maior.
- Depois dessa noite o Rei pode simplesmente mandar matar você, que ainda sim, ele teria total apoio do conselho.
O pai disse, sereno como sempre, embora em sua voz carregasse uma decepção perceptivel a Meg.
- Pois é, Meg o tratou como uma menina mimada. E é sua culpa, Nicolas, sempre encheu essa menina de presentes, mimou-a demais e agora ela é essa criança que não sabe seu lugar.
- Eu que não sei meu lugar? – Meg gritou, exasperada. – Quem sabe se vocês fossem pais melhores eu não tivesse agido daquela maneira, podiam ter avisado “Olha filha, seu par é o Rei dos Vampiros!”. Eu seria muito agradeçida a vocês por isso.
- Cala a boca antes que eu te dê um tapa, garota.
Helena ameaçou, incinando a mão na frente do rosto palido de Meg.
- É esse o futuro que querem a sua querida filha? Ser mulher de um idiota, selvagem, incapaz de sentir qualquer sentimento, e ainda por cima, um marido infiel?
Nicolas chegou a tempo de segurar o braço de Helena no ar. Impedindo o tapa que viria. Enquanto dizia, tentando acalmar aquilo tudo.
- Será Rainha, Meg. Não seja ingrata conosco.
Inconformada, a jovem se afastou, correndo até o quarto, as lagrimas que ela segurava desde então, acabaram escapando nos olhos verdes, escorrendo pela face. Abriu a porta do quarto e fechou a mesma com força, fazendo um barulho alto ressoar pela casa, desmonstrando todo seu ódio e tristeza, sem pensar em nada, colocou a caixinha de musica para tocar se jogou de bruços na cama, soluçando e chorando demasiadamente.


Um comentário:

  1. Olha,vc está de parabéns;começei a seguir teu blog,vc é mto boa no que faz espero q continue sempre assim.Bloody Kisses

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