terça-feira, junho 03, 2014

Caminho para a Eternidade - Parte XVIII




Com um toque do coturno, o cavalo saiu em disparada pelo campo cheio de arvores, flores, e outras coisas, Melissa sorriu, realmente, era um enorme terreno e seria bom cavalgar por ali algumas horas. Aproveitou o vento nos cabelos e começou a devanear. Qual seria o futuro dela ali? Dela e de Victor? Preguiçosamente, se inclinou no cavalo, e ficou pensando num futuro filho com Victor, poderiam se resolver... Ao ponto de terem um filho? Ela teria o poder de conquista-lo? Balançou a cabeça negativamente, estava louca? Agora queria conquistar um homem nojento como Victor? Ser sua provedora de herdeiros enquanto ele se deitava com metade das vampiras do reino? Não, nem pensar, iria preferir morrer virgem do que chegar a tal ponto. Além disso, Victor a desprezava, não tinha como negar, ela não o atraia, ponto final. 
Ergueu o olhar e notou que Mondrel estava no perímetro do muro, correndo, aproveitou e tentou imaginar quantos metros aquele muro tinha, cinco? Oito metros, talvez até mais, já se passava das nove horas da noite, e não conseguia ter uma precisão, passou a unha na parede fazendo um som estridente enquanto Mondrel corria, bela prisão ela tinha afinal, mas não deixava de ser uma prisão. Contudo... Se Victor não sentia nada por ela... Porque prende-la? Não era mais fácil a deixar livre para fugir e ele encontrar outra? Sorriu, será que ele... Repentinamente o cavalo relinchou alto, e a única atitude de Melissa foi olhar pra frente assustada enquanto Mondrel freava bruscamente, uma figura espectral estava na frente de Mondrel, de negro, Melissa não conseguiu ver ou pensar direito, num minuto pensava em Victor e no outro, seu corpo estava sendo projetado a mais de quatro metros pra frente graças ao susto que Mondrel levou, o fazendo dar um coice alto, que Melissa não conseguiu segura-lo, num minuto, Victor, no outro, escuridão. 


- Foda-se, Foda-se... – Victor pensava insistentemente enquanto ouvia a ladainha do conselho, há dias tava aquele inferno, há dias, mais e mais pressões pra cima dele. Porra, que merda adianta ser o rei se tem que baixar a cabeça para aqueles velhos de quinhentos anos? “Foda-se” sua mente repetiu enquanto ele riscava o papel a sua frente, Melissa tinha razão, ele era a porra do rei, podia mandar matar todo mundo ali e já era. Podia, Queria... Mas não devia, conselho tem influência demais, romper com eles é declarar guerra civil. E já bastava um vampiro idiota transformando humanos por ali e deixando-os perdidos, a mídia estava em cima desses casos, mais algumas semanas, e surpresa! Seriam descobertos. Não que o Governo não soubesse, claro, normalmente só a segurança nacional sabia da existência deles, nem a própria presidente sabia, ela não devia saber, mas havia sim, uma pequena parte dos humanos que sabiam da existência deles, e a regra era clara: “Não mexa conosco, não mexemos com vocês”. Mas agora com aquele vampiro a solta transformando humanos, todo dia caia mais e mais pressão da segurança nacional para os vampiros resolverem o problema, eles estavam certos... Era um erro deles, eles deviam resolver, mas se demorassem, o exercito ia se meter e seria uma...
- Majestade? Majestade?
Quando Victor voltou a realidade, viu o conselho todo olhando pra ele como se fosse um retardado mental, o mais velho, questionou: 
- Estava escutando, Majestade?
- Sim, estava. – Não mesmo, mas foda-se, eles só repetiam a mesma merda. “Não vamos mandar os Phantom’s, eles só vão prejudicar tudo, temos que contratar os detetives, e esperar que eles encontrem o vampiro”. 
- Majestade... Temos sua atenção? – O mais da direita falou, Henry, o mais novo entre todos no conselho e o que Victor mais simpatizava, se é que podia supor que gostava de algum deles. 
- Que? – Victor se limitou a dizer.
Henry foi pra frente da bancada, sendo observado por todos seus companheiros mais velhos do conselho, engoliu em seco e falou:
- Esta tudo bem com seu casamento? Soubemos que algumas coisas... A Milady Melissa não lhe agrada? Temos jovens disponíveis de tão boa classe quanto elas, e que talvez... Fossem muito mais atraentes e fogosas com um jovem rei. 
Victor revirou os olhos, lá vem as velhas fofoqueiras do conselho saber se o rei estava fudendo a rainha.
- Não te interessa. Estou bem, estou... 
A porta abriu repentinamente, mas Victor não se moveu, estava tão cansado, precisava de sangue e muito sexo, desde o casamento que não tinha nada daquilo e estava ficando irritado e frustrado com toda aquela pressão referente a Melissa.  Sentiu o hálito gelado de Michael, e se virou, o seu mordomo assassino estava ali atrás dele, e parecia preocupado.
- Michael? O que faz aqui? – Victor questionou com rispidez – Seu lugar é na mansão, de olho nos empregados, de olho na...
- Majestade, a rainha se acidentou. 
Victor se levantou com tamanha rapidez que quase derrubou a mesa de mármore, conteve e a segurou, fixando o olhar tinto em Michael. 
- O que houve com a minha esposa? – Sua voz saiu rouca, pesada, e como diabos ele não sentiu nada? Já tinha provado o sangue de Melissa, deveria poder saber aonde ela esta e o que estava sentindo, mas agora... Nada. Seu coração apertou, estaria ela... – Responde porra! – Gritou pegando o colarinho do seu mordomo que pra variar, não expressou nada além de um olhar gélido a Victor.
- Ela caiu enquanto cavalgava majestade, parece que o cavalo a arremessou a metros de distancia, ela bateu a cabeça numa pedra, já chamamos o medico, mas ela esta sangrando mais do que deveria. 
Ouviu Henry dizer de longe:
- Sangrando? Mas se ela não é mais virgem, deveria já estar curada. – Em seguida todos do conselho começaram a cochichar. 
Victor bufou, e empurrou Michael longe enquanto saia daquela sala e ia ao encontro de Melissa, se algo acontecesse com ela, ele ia... Ele ia... Fazer uma carnificina com todos daquela casa. 



7 comentários:

  1. você é uma ótima escritora , a cada capitulo nós conquista mais mais , continue assim !!!!!

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  2. está ótimo,adoro todas as suas histórias

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  3. Gostei da forma que escreve. Esse conto em especial me agradou muito. Parabéns.

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  4. A cada capitulo uma nova emocao,adoro seus contos.

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  5. Eu ja li esse conto 5x e vc n publica o prox conto, abandonou a gente? .-."

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  6. Maravilhosa história Roberta! Estou chateada, afinal por que você nos tortura com essa demora?
    Estou esperando ansiosa para mais uma parte surpreendente dessa história!
    Beijos e Parabéns!

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